sexta-feira, 25 de junho de 2010

Reunião da Mesa Nacional cancelada

Como tínhamos dado conhecimento aos camaradas que nos iam questionando e conforme decisão da reunião nacional realizada em Coimbra, no passado dia 10 de Junho, os mesários, subscritores da Convenção Extraordinária, dariam amanhã, na reunião da Mesa Nacional, cumprimento às decisões colectivamente tomadas.

Fomos informados, esta tarde, às 13.00h, menos de 24 horas antes da sua realização, que a reunião da Mesa Nacional, marcada para amanhã era anulada, devido à não comparência de grande parte dos membros da Mesa.

Gostaria de salientar que, com excepção de uma camarada que por razões pessoais não poderia comparecer à reunião, TODOS os outros camaradas que fazem parte da Mesa Nacional e que subscrevem a convocatória, iriam estar presentes na reunião a realizar amanhã.

Sem cumprir o Regulamento da Mesa Nacional, nova reunião foi marcada para o próximo Sábado, dia 3 de Julho. Nessa reunião daremos cumprimento às decisões tomadas na reunião de Coimbra.

Isabel Faria - Lisboa



terça-feira, 8 de junho de 2010

Reunião em Coimbra

Camaradas,

O processo de recolha de assinaturas para uma convocatória extraordinária de uma Convenção Nacional do Bloco de Esquerda está a chegar ao fim.

Depois das reuniões realizadas durante o mês de Maio por todo o país, depois de amanhã em Coimbra, dia 10 de Junho, na sede do BE, na Rua Ferreira Borges, 101-3.º, às 15.00 horas. Será uma reunião para decidir quais os passos finais a dar, debater a forma como decorreu todo o processo e, continuando o que sempre fizemos, tomar colectivamente decisões.

A presença e a participação de todos é importante e necessária. A luta por um Bloco democrático e militante é de todos!

Saudações bloquistas


( No caso de terem dificuldade em encontrar a sede, por favor contactem o telemóvel 96 572 21 43 (Isabel Faria).)

quarta-feira, 2 de junho de 2010

A montanha pariu um sapo

O apoio da Mesa Nacional do Bloco de Esquerda à candidatura presidencial de Manuel Alegre não respeita os princípios que foram definidos na última Convenção Nacional do partido nem os pressupostos em que diz assentar. É por isso que subscrevo a proposta de realização de uma Convenção Extraordinária para discutir a questão. Também é por isso que não apoio e não voto na candidatura de Manuel Alegre.

1. A orientação aprovada na Convenção definia que "O Bloco de Esquerda defenderá a necessidade de uma candidatura presidencial da convergência mais ampla possível para a luta política da esquerda, sem prejuízo da possibilidade de apoiar uma candidatura da sua área política no caso em que essa alternativa não se concretize".

É verdade que Manuel Alegre participou em algumas iniciativas de convergência entre diversas correntes ou pessoas das esquerdas. Foram iniciativas sectárias em relação à participação do PCP, por exemplo, mas não deixaram de ser mobilizadoras. No entanto, pouco tempo depois, já Alegre estava ao lado de Sócrates, a apelar à maioria absoluta do PS, nas eleições legislativas. De resto, quando votou contra o seu partido em alguma (e importante) legislação laboral, Alegre nunca provocou a derrota das propostas do PS, como recentemente lembraram dirigentes socialistas. Como escrevi há uns meses, Alegre dificilmente contribuirá para alguma convergência nas esquerdas.

2. Na resolução aprovada a 17 de Abril pela Mesa Nacional do Bloco de Esquerda escreve-se que "a acção do Bloco de Esquerda nas eleições presidenciais é uma parte essencial da sua luta para derrotar o PEC e as políticas liberais".

Se assim é, Alegre não é o candidato certo. Durante as semanas que se seguiram a esta resolução, as esquerdas mobilizaram-se para enfrentar o PEC, no Parlamento, em comícios, na grande manifestação de Lisboa. Alegre, pelo contrário, esteve sempre silencioso e chegou mesmo a mostrar "compreensão" pelas propostas do PEC, defendendo o governo e esperando o apoio do PS, que se confirmaria. Hoje, combater o PEC é também combater Manuel Alegre.

3. Este silêncio de Manuel Alegre não era difícil de prever e marca o seu compromisso com a direcção do PS, a sua cumplicidade com o governo e uma enorme diferença em relação à sua anterior candidatura, quando enfrentou o seu partido, com propostas autónomas e suportado por um amplo movimento de cidadania. Consciente de que esse movimento não é suficiente para assegurar as suas ambições presidenciais, a candidatura que agora se apresenta é suportada por dois partidos e refém dos inerentes compromissos. Ou pelo menos, como se tornou óbvio, refém dos compromissos assumidos com José Sócrates. Até Fernando Nobre, um candidato que não pretende assumir-se à esquerda, assumiu críticas mais claras e contundentes em relação ao PEC e ao programa de privatizações do governo do que Manuel Alegre.

4. José Sócrates habituou-nos a um estilo de governação e comunicação em que a palavra vale pouco: pode dizer-se hoje o que se quiser e fazer depois outra coisa qualquer. Lamentavelmente, também o Bloco segue esta linha quando um seu dirigente afirma, em plena Convenção Nacional, ser "uma fantasia" a hipótese de o BE apoiar o mesmo candidato presidencial que o governo, para, um ano e meio depois, se verificar que estão na mesma Barca Alegre, o Bloco e o Governo. Não é assim que se constrói uma "Esquerda de Confiança".

Compreende-se que seja uma situação incómoda, constatado o triste percurso de Manuel Alegre nos últimos dois anos (já para não ir mais longe). Não deixa de ser sintomático verificar que uma das pessoas que no PS votou contra o apoio à candidatura de Alegre foi Edmundo Pedro, que recordo ter visto no famigerado encontro do Teatro da Trindade. Não é uma convergência: é uma resignação à falta de alternativas, que levará alguns socialistas e alguns bloquistas a votar contrariados num candidato em que não ser revêm. Não vou por aí.

João Romão - Lisboa