quarta-feira, 31 de março de 2010

Pela Convenção (XVII)

Mais camaradas pela Convenção:

Daniel Veloso -8271 - Lisboa; Diogo Lourenço - 8304 - Lisboa; Vanessa Santos - Olhão; Cátia Isabel Luis Micano - Olhão; António Mário Mendonça Vieira - Olhão: Susana Isabel Franco Evangelista - 7459 - Amadora

terça-feira, 30 de março de 2010

"Nós não discutimos nenhum nome nesta Convenção" - Francisco Louçã

VI Convenção (2009) "Nós não discutimos nenhum nome nesta Convenção. Houve certamente muitas opiniões que se expressaram sobre hipóteses possíveis. É natural que assim seja. A posição que foi aprovada por esta Convenção não discute nomes. Agradecemos a todos os interpretadores e adivinhadores sobre o futuro das eleições presidenciais, mas nós não estamos a escolher, nem a empurrar, nem a decidir em nome de pessoas que no tempo próprio decidirão por si."

Entrevista ao DN (Março, 2010) "A decisão do BE é coerente desde sempre. Na convenção do BE, reveja o que o DN escreveu a esse respeito. Cá está: "Esquerda pode convergir no apoio a candidato a PR." Era exactamente o que se dizia, porque nós tínhamos a concepção clara de que - primeiro - era preciso um candidato de convergência e - segundo - que essa convergência já estava em caminho. E dizíamos nas resoluções da convenção com toda a clareza que Manuel Alegre tinha sido o protagonista dessa convergência."

segunda-feira, 29 de março de 2010

Pela Convenção (XVI)

Mais camaradas pela Convenção:

Edgar Candeias - 7941 - Olhão; Ana Carmo Ricardo - 8124 - Olhão; Martinha Isabel da Siva Gonçalves - 7315 - Olhão; Filipa Roque - 8169 - Lisboa; Marta Luz - 8116 - Lisboa; Pedro Miguel Varela - 5281 - Lisboa

domingo, 28 de março de 2010

Temos uma Convenção para fazer!!

Camaradas,
Este fim-de-semana ultrapassámos os 200 subscritores!

Pela Convenção (XV)

Mais nomes pela Convenção Extraordinária:

Maria do Rosário Eiras - Lisboa; Paula Gonçalves - 1077 - Lisboa; Leonor Cunha Lapa Carneiro - 2023 - Braga; Óscar Aleluia Rodrigues - 7320 - Olhão; Marcos Viegas Quitério - 7471 - Olhão

Francisco Louçã fala sobre as presidenciais em entrevista à TSF/DN

(aúdio completo aqui)

É na perspectiva da criação de um pólo da esquerda moderna que o BE avançou, não sei se extemporaneamente, para o apadrinhamento da candidatura de Manuel Alegre às presidenciais?

Não, nós não apadrinhámos. O Manuel Alegre disse e muito bem que não é candidato do BE, como não é candidato…

Mas é apoiado pelo BE.

Sim, mas é um candidato independente e suprapartidário…

Ou é um candidato apoiado por si, não pelo BE?

A decisão do BE é coerente desde sempre. Na convenção do BE, reveja o que o DN escreveu a esse respeito. Cá está: "Esquerda pode convergir no apoio a candidato a PR." Era exactamente o que se dizia, porque nós tínhamos a concepção clara de que - primeiro - era preciso um candidato de convergência e - segundo - que essa convergência já estava em caminho. E dizíamos nas resoluções da convenção com toda a clareza que Manuel Alegre tinha sido o protagonista dessa convergência.

Tendo em conta esses factos, como vê o pedido de militantes do BE para haver uma convenção que permita discutir novamente as eleições presidenciais?

Acho naturalíssimo. Na convenção havia duas correntes minoritárias: tiveram cerca de 20% dos votos, elegeram 17 membros da mesa nacional do Bloco. Quando votámos o apoio a Alegre, houve duas pessoas, duas dessas pessoas, que votaram contra.

E admite que se realize ainda este ano para discutir esse tema?

Ouvi os promotores dessa iniciativa constatarem que estavam longíssimo de ter qualquer apoio significativo que permitisse convocar a convenção.

Alegre tem estado um pouco mais apagado. Há quem diga que avançou cedo de mais, que ficou refém do apoio que pretende ter do PS e que isso o tem condicionado. Isso também tem alimentado essas críticas no interior do Bloco. Foi um erro Manuel Alegre ter avançado tão cedo?

Não, uma campanha que vai à luta não se esconde atrás de biombos, dá a sua cara e dá a cara por ideias. A força que a candidatura de Manuel Alegre tem é a de responder claramente sobre o PEC.

Numa perspectiva de esquerda, não foram tímidos os comentários que fez ao PEC, por exemplo?

Foram sobre os aspectos absolutamente essenciais. Criticou as privatizações, a política social, a política económica, e apontou as grandes ideias que devem mover uma candidatura presidencial.

Não acha que ele neste momento tem um espírito menos livre?

Acho que ele é cada vez mais livre. Demonstrou com o seu trajecto.

E Fernando Nobre, outro candidato que, aliás, já foi apoiante do Bloco, não é um candidato que possa colocar os militantes do BE perante a dúvida sobre quem apoiar?

Fernando Nobre tomou várias posições ao longo do tempo, é um homem corajoso. E tive muito gosto em que ele participasse numa campanha do BE. Nessa altura, não sabia ainda das suas inclinações monárquicas, mas devo dizer que é uma homenagem bonita à República que no seu 100.º aniversário um simpatizante da monarquia seja também candidato a Presidente da República. Mas os militantes do BE não se reconhecem de forma nenhuma num discurso que diz que a esquerda e a direita são iguais e indiferentes. Nós queremos alternativas claras.

Está aí uma resposta clara. Militantes do Bloco que pensassem em apoiar o Fernando Nobre?

Até agora só conheço um militante do BE que declarou apoio a Fernando Nobre - tem a opinião dele. Não creio que isso tenha muito significado.

Se tudo correr bem, o normal em política, lá o veremos em Janeiro no palco com José Sócrates a apoiar Manuel Alegre?

Nunca estarei ao lado de José Sócrates, em nenhuma política concreta.

Ao lado, fisicamente.

É que Manuel Alegre não depende de mim, como não depende de José Sócrates, tenha a certeza. Depende de si próprio, da sua própria palavra.

Mas se Alegre convidar Louçã e Sócrates para o mesmo dia?

São decisões que ele vai tomar. Mas não faço campanha com Governo, estou na oposição ao Governo.

(...)

Não sente que pela primeira vez, a propósito desta questão presidencial, a sua liderança está a ser questionada dentro do BE?

Meu caro amigo, houve 20% de votos nas listas alternativas dentro do BE, parece que não chegou a 3% o apelo para a convenção extraordinária. Acho que o BE está forte como nunca esteve! Aliás, a sondagem da TSF confirma-nos precisamente essa força e a realidade social é que a implantação do BE e a sua capacidade de resposta derivam de coerência política, de saber para onde vamos, ter os olhos fixados no que é decisivo. E o que é decisivo é vencer José Sócrates, vencer as políticas liberais, impedir o descalabro que as privatizações, o corte nestas políticas sobre a pobreza, representam para o País. O BE tem de ser uma força decisiva na política portuguesa porque tem de ser a força, tem de ter a grandeza de responder às grandes desigualdades e às grandes dificuldades do País.

A palavra dos militantes

No Portugal democrático nunca um presidente de junta teve o meu voto, nunca um presidente de assembleia municipal teve o meu voto, nunca um presidente de câmara teve o meu voto, nunca um governo teve o meu voto, apenas dois Presidentes da República tiveram o meu voto, ambos por falta de melhores opções – Soares à 2º (86) e Sampaio na 1ª candidatura -, quero dizer, com esta declaração de interesses que convictamente nunca apoiei o poder.
Estou à vontade para afirmar que o meu apoio e voto em Fernando Nobre, também, mais uma vez, é por falta de opção mais próxima ideologicamente. A haver Convenção Extraordinária do BE para colocar todos os nomes em cima da mesa, obviamente volto ao princípio, isto é, pela defesa de uma candidatura socialista e operária. É uma posição heterodoxa, sim, mas tem tanto de democrática como outra qualquer.
No cenário presidencial: Cavaco, Alegre, Nobre e PCP, para mim é clara a preferência por alguém que vem de fora do profissionalismo político comprometido com o sistema. Cavaco/15 anos, Alegre/36, do PCP, tratar-se-á de um candidato desse partido, que não é o meu. Nobre propõe-se: “Lutar, promover e incentivar a regeneração ética da vida política do país. Todos os eleitos, todos os nomeados politicamente, estão ao serviço do país e têm de prestar contas, honrar as suas propostas, assumir as responsabilidades e deveres do cargo e as consequências dos seus actos. Serei intransigente a exigir de cada um o cumprimento das suas obrigações. Portugal espera de cada um que cumpra o seu dever. A todos exigirei o mesmo que exigirei a mim próprio: trabalho, cidadania, solidariedade e ética”, por exemplo. Parece pouco, mas não é, porque quem o diz é um português exemplar, com obra feita, e que em Junho concordava em 90% com o programa da “esquerda radical” do Bloco de Esquerda às Europeias.
Entre, um dos de sempre, e a novidade descomprometida, opto pela segunda hipótese sem pestanejar. Nobre, pode não encaixar na proposta da Moção vencedora da Convenção, mas Alegre também não. Este, é um homem comprometido com o passado: apoio ao 25 de Novembro Eanista, apoio ao FMI de Soares, aos governos de Guterres e ser a flor de esquerda na lapela do armani de Sócrates não chega, longe disso, mais, a sua recusa ao cargo de deputado, foi por puro tacticismo ou a subida ao palco em Coimbra não fazia parte do enredo.

José Manuel Faria, Vizela

sábado, 27 de março de 2010

Pela Convenção (XIV)

Militantes pela Convenção:

Jorge Ribeiro - 6520 - Santa Maria da Feira; Ana Paixão - 4619 - Lisboa;
António Joaquim Correia Ramos - 466 - Beja; José Luís Espada Feio - 4276 - Lisboa

A palavra dos militantes - Convenção Extraordinária? Pois Claro!

Num balanço pessoal da V Convenção, escrevi em Junho de 2007, sobre as presidênciais de 2006 o seguinte:
… Nas moções apresentadas, apenas a moção C faz um balanço sobre as presidênciais, que se aproxima do meu pensamento
Quanto a mim, esse processo nasceu mal logo na IV convenção do BE, quando esta aprovou a apresentação de um candidato próprio, sem deixar uma porta aberta para um possível entendimento das esquerdas à volta de uma candidatura que pudesse fazer frente a um candidato das direitas.
Não sendo Alegre, uma personalidade muito “simpática “ para as esquerdas, acho que se devidamente influenciado/pressionado poderia ter desempenhado um papel muito importante, caso Louçã e Jerónimo tivessem em determinado momento desistido a favor dessa candidatura. Penso que poderia ter sido criada uma dinâmica que levasse Cavaco a enfrentar Alegre numa segunda volta e aí estaria criado o cenário perfeito para uma possível divisão na maioria absoluta do PS e do seu Governo.
Ou numa circunstância dessas teria o BE medo que o Sócrates desse a cambalhota, apoiasse Alegre e abafasse toda a oposição apoiante dessa candidatura?!

Houve ainda, na minha opinião, outro factor para a não desistência de qualquer candidatura. É a subvenção financeira do Estado para as campanhas, neste caso desde que o candidato obtenha mais que 5% dos votos. Daí a lágrima no canto do olho e depois o suspirar de alívio de muitos bloquistas na noite das eleições, quando foi anunciado na TV que Louçã tinha uma votação superior a essa percentagem…

Num contributo que escrevi para o nº 3 deBatEs da VI Convenção e que
não saiu por ter chegado fora de prazo escrevi o seguinte:
O BLOCO DE ESQUERDA E ALEGRE
Na tese 16 da moção A diz-se, ... em algumas decisões fundamentais, como as leis laborais ou da segurança interna, ou a defesa do SNS e de outros direitos sociais, alguns deputados do PS manifestaram a sua oposicão frontal. Manuel Alegre protagonizou iniciativas de diálgo aberto à esquerda...
Desde a campanha presidencial que trago atravessado e ainda ninguém me conseguiu convencer da posição do BE, de levar a campanha de Louçã até ao fim.
Eu votei Alegre e não estou nada arrependido.
Mais, acho que em determinado momento da campanha presidêncial, tanto Louçã como Jerónimo deveriam ter concertado uma desistência a favor de Alegre, com o objectivo de fazer frente a Cavaco e tentar divídir a maioria parlamentar do PS.

Nas presidênciais de 2011 é irrelevante quem se vá candidatar, pois a vitória de Cavaco é mais que certa, seria o primeiro presidente a não conseguir um segundo mandato, o que não acredito. Ao contrário, as de 2006 eram fulcrais e podia-se ter feito muito mais para evitar a vitória de Cavaco, pelo menos na primeira volta.

Nas próximas eleições presidênciais, podem pois os vários partidos aproveitar para fazer passar a sua mensagem política através dos candidatos que escolherem, sem daí vir qualquer mal ao mundo...

Por tudo o que atrás deixo escrito, estou completamente de acordo com a realização de uma Convenção Extaordinária, para que todos os Bloquistas possam debater sobre a melhor forma de o BE intervir nas eleções presidênciais de 2011, pois penso que há muitos bloquistas que não estão de acordo com o apoio à candidatura de Alegre, como pretende a maioria da Mesa Nacional.

Loures, 25 de Março de 2010
António Almeida, aderente 3785

sexta-feira, 26 de março de 2010

Pela Convenção (XIII)

A caminho dos 200:

Pedro Afonso - Faro; José Paulino - Faro; Elisabete Santos - 4445 - Lisboa; António Grosso - 730 - Lisboa;
Vitor Ruivo - Faro; Carlos Brito - Faro

quinta-feira, 25 de março de 2010

Pela Convenção (XII)

Mais camaradas pela Convenção:

Maria Luísa Ferreira Magalhães Oliveira - 381 - Maia/Porto; António Pedro de Basto Ribeiro da Silva - 346 - Vila do Conde; João Brandão - Faro; Joaquim Gorgulho - Faro; Orlando Carvalho - Loulé

A palavra dos militantes - Ecos de outros tempos

Se fosse cínica diria que é bom sinal os ecos que nos vão chegando de que este Blog provoca reaccões dentro da Direcção e das estruturas do Bloco de Esquerda: porque seria sinal que a Direcção do Bloco vê este Blog com regularidade, estando, pois, ao corrente de que há, por esse País fora, camaradas que querem discutir, que querem ser ouvidos, que querem um Bloco democrático, onde a discussão, a opinião livre voltem a fazer parte do dia-a-dia, que querem uma Convenção Extraordinária porque as decisões políticas do seu Partido lhes dizem respeito e não aceitam factos consumados ou passar cheques em branco.

Como não sou cínica, e peranto ecos que nos vão chegando, digo que lamento que possa haver no meu Partido quem ainda use métodos que, se tivessem aprendido algo com a história, a sua e a colectiva, já deveriam ter atirado definitivamente para o caixote do lixo. E lembrava-lhes, mais uma vez, que foi para ser alternativa a esta forma de fazer política e de (não) viver a Democracia que (também) surgimos.

Nota: Alertada por um camarada na caixa de comentário do Blog, este post foi alterado tendo sido retiradas as partes que poderiam ser consideradas como acusações directas. Essas serão, se o tiverem que ser, feitas em outros lugares.

No entanto gostaria que ficasse clara uma coisa: o post é assinado por mim e só me responsabiliza a mim.

Isabel Faria : Lisboa

A Convenção na Imprensa

"BE
Defensores de congresso extraordinário no Bloco de Esquerda já têm «cerca de duzentas assinaturas»
"

quarta-feira, 24 de março de 2010

A palavra dos militantes :Por uma Convenção Extraordinária do Bloco de Esquerda: eu tenho uma proposta concreta a apresentar

O camarada Francisco Louçã não esteve bem quando, em Dezembro do ano passado, afirmou à TVI que o “melhor candidato” para uma convergência das esquerdas para as Presidenciais, era Manuel Alegre. Francisco Louçã é o coordenador da Comissão Política, é a “cara” do Bloco, e, uma declaração como aquela que fez, tem um efeito condicionador junto dos militantes e das estruturas bloquistas.

Até ao momento da declaração televisiva de Louçã, não tinha existido qualquer debate sobre este assunto no interior do Bloco. Como não houve, entre essas declarações e a decisão da Mesa Nacional que ratificou as declarações de Louçã.

O debate no interior do Bloco surge somente depois da decisão da Mesa Nacional e muito como consequência de um clima de contestação a essa decisão que foi surgindo um pouco por todo o espaço nacional onde existam militantes bloquistas. A partir daqui, a direcção política do BE sentiu-se obrigada a vir às estruturas distritais e concelhias “explicar” uma decisão que nunca tinha sido anteriormente debatida.

Todo este processo exibe a necessidade do lançamento de um debate conclusivo no interior do Bloco de Esquerda. Um debate ao qual tenham acesso todos os militantes, individualmente considerados. É visível, por exemplo, nos fóruns electrónicos, o nível de descontentamento de muitos militantes e a fome de debate sobre uma matéria que, à falta desse debate, pode provocar graves divisões e tensões no partido-movimento.

É por isto que é urgente encetar um processo de convocação de uma Convenção Nacional Extraordinária. Uma Convenção Nacional é, por excelência, o órgão máximo de representação de todos os militantes. Perante uma decisão do órgão máximo entre Convenções, a Mesa Nacional, que parece contestada por todo o lado, tem forçosamente de ser em sede de Convenção Nacional que se podem tirar conclusões vinculativas por e para todos os militantes.

Na fase da convocação de uma Convenção Nacional, não faz sentido apresentar propostas concretas de apoio a este ou aquele candidato presidencial. É tempo de se reunir o número necessário de militantes para, de acordo com os Estatutos, a Convenção Nacional ser exigível.

Uma vez convocada a Convenção Nacional Extraordinária, fará todo o sentido que surjam propostas, alternativas entre si, apelando a esta e aquela posição do Bloco face às Presidenciais. Sendo certo que, uma das posições que terá de ser discutida e submetida a votação, é a da direcção política de apoio a Manuel Alegre.

Pela minha parte respeitarei a decisão que a Convenção Nacional Extraordinária vier a tomar. Se sentir que essa decisão vai contra a minha posição individual, não perturbarei nunca, pela minha acção pessoal, aquela que é a posição colectiva do Bloco de Esquerda.

Pela minha parte, considero o apoio a Manuel Alegre uma decisão politicamente pouco de acordo com a decisão da última Convenção Nacional e, além do mais, muito pouco diferenciadora, desde um ponto de vista político e social, da acção do Bloco face ao governo do PS de José Sócrates. Manuel Alegre tem perante as próximas presidenciais, um posicionamento que tenderá a assumir-se como o candidato oficial do seu partido. Por exemplo, o actual posicionamento crítico de Alegre em relação ao PEC e ao OGE, tenderá a diluir-se e a desaparecer logo que a direcção do PS o confirme como o candidato oficial do partido do governo. A atitude de Alegre face ao seu partido é visível numa entrevista que deu em Janeiro último ao Expresso, na qual é notória a sua preocupação em recolher o apoio de José Sócrates.

Será dramático ver juntos numa mesma campanha presidencial a direcção do PS e a direcção do Bloco . Se não ao mesmo tempo em campanha, de certeza, então, numa “Comissão Política” e/ou numa “Comissão de Honra” do candidato …

Pela minha parte, contesto a decisão do apoio a Manuel Alegre, mas não fico sem proposta concreta sobre esta matéria. Proposta que submeterei à Convenção Nacional Extraordinária, se vier a ser convocada.

Pela perspectiva que defino, considero que, à esquerda, o pluralismo será a tónica com o aparecimento de várias candidaturas:

- Manuel Alegre

- Fernando Nobre

- Candidato do PCP

- Candidato do PCTP/ MRPP

- Outro candidato

Das candidaturas perspectivadas, parece-me que aquela que estará em melhores condições de provocar convergências sociais vencedoras face ao candidato da direita (Cavaco Silva ou outro) é a de Fernando Nobre.

Não considero que Fernando Nobre seja uma “solução soarista”, um “simpatizante monárquico” ou alguém que esteja “contra os partidos”. Isso são suposições e especulações lançadas por quem resolve entrar pelo caminho do “parece que é” como base para a sua acção…

Fernando Nobre ocupa muito do espaço que Manuel Alegre ocupou na última eleição presidencial. Manuel Alegre ocupa agora o espaço que Soares ocupou …

Fernando Nobre dirige-se, e bem, ao apelo a uma cidadania activa e consciente. Apela a uma presidência com opinião e sem estar de “braços cruzados”. Este eixo da sua candidatura é testemunhado pelo seu trajecto humanitário e de permanente contacto com os carenciados, em situações de extremo sofrimento, apoiado sempre por redes de voluntários.

Fernando Nobre não está refém do apoio de nenhum partido. Também já o disse que não é contra os partidos, os quais são uma das bases para a própria democracia. Embora não a única e exclusiva base. Há uma democracia participativa e directa que é preciso desenvolver, e, não são menores em relação à democracia representativa.

As suas posições sobre a distribuição da riqueza, sobre o OGE e o PEC estão espelhadas na sua critica a políticas económicas que assentam numa perspectiva de “privatização dos lucros e socialização dos prejuízos”.

Fernando Nobre terá a sua candidatura assente numa rede de voluntários, fora da acção dos partidos, embora muitos voluntários sejam militantes de partidos. Uma rede deste tipo é uma rede próxima do sentir dos movimentos sociais!

Estou convencido que os militantes do Bloco de Esquerda poderiam dar um excelente contributo a uma candidatura como a de Fernando Nobre e, certamente, estariam também a recolocar o nosso partido-movimento junto da acção dos movimentos sociais e das lutas sociais. Este é também um caminho para a construção de uma esquerda grande a partir da reorganização do espaço da esquerda socialista!

João Pedro Freire – Matosinhos

Pela Convenção (XI)

Mais militantes pela Convenção Extraordinária:

Fernando Farinha Ferreira - Sertã/Castelo Branco; Zélia Maria Silva Almeida – 4088 - Ovar; Gibraltar Maciel - 6455 - Lisboa

A palavra dos militantes (apontamentos publicados originalmente em posts no Facebook)

25 de Fevereiro

Está decidido, Fernando Nobre não contará com o meu voto. Depois de na apresentação da candidatura se ter recusado a posicionar-se politicamente como de direita, centro ou esquerda, agora o fundador da AMI vai mais longe, em entrevistas à SÁBADO e à VISÃO, assumindo-se como simpatizante da causa real.Para justificar esta simpatia, Nobre alega que Portugal tem 800 anos de monarquia e apenas 100 de república, numa argumentação que, levada ao extremo, poderá levar alguém a dizer que o nosso país também teve mais anos de ditadura salazarista do que tem de democracia de Abril. O que, sendo verdade, não estabelece valoração positiva do regime mais duradouro, como é evidente.Quanto à questão esquerda/direita, Nobre considera ser “um paradigma esgotado”, e por isso "não faz ideia se é de esquerda ou de direita".Temos, portanto, um candidato ansioso pela retribuição do apoio que deu a Sócrates nas legislativas (Alegre) e um monárquico, que se recusa a adiantar mais do que afirmar-se um “democrata, com preocupações sociais”. É obviamente muito curto para merecer o voto de quem acredita que, também nestas eleições presidenciais, é necessária uma voz clara da esquerda anti-capitalista.Bem sei que só se elege um presidente, e que o candidato vencedor terá de obter 50% + 1 dos votos expressos. Mas também sei que, com duas candidaturas a disputar o espaço político da esquerda, o máximo a que podemos aspirar neste momento é à mobilização de votos para obrigar a uma segunda volta com Cavaco Silva, a confirmar-se a recandidatura do actual presidente.Por estas razões, creio que mantém toda a pertinência a causa que subscrevo aqui no facebook, “Queremos uma candidatura da esquerda anti-capitalista nas presidenciais”. E por isso renovo o convite, a quem partilha estas ideias, para que subscreva ou, se fizer parte dos actuais 114 subscritores, que divulgue a causa na sua rede de amigos.Já anteriormente nos disseram que não havia alternativa a Alegre, não nos venham agora dizer que não podem existir mais candidatos. A esquerda consequente não pode estar nem com Sócrates, nem com a monarquia.

4 de Março

No Brasil o PSOL discute animadamente, em plenários de militantes, o seu candidato presidencial. A presidente do partido, Heloísa Helena, assume a defesa de um dos três pré-candidatos, frisando que fala como simples militante de base e não como presidente.Vale a pena ver os vídeos e reflectir sobre o exemplo do PSOL.(para quem não saiba o PSOL - Partido Socialismo e Liberdade - é uma dissidência à esquerda do PT de Lula; Heloísa foi candidata presidencial em 2006 com 6,85% dos votos, apoiada por uma Frente de Esquerda constituída pelo PSOL, o PSTU e o PCB; Michael Lowy, Noam Chomsky, Ken Loach, Olivier Besancenot, Daniel Bensaïd, Franco Turigliatto, James Petras, Alain Krivine e Francisco Louçã foram alguns dos apoiantes internacionais de Heloísa)http://tiny.cc/nzqbt

14 de Março

Estaria a democracia no Bloco a funcionar melhor se a Comissão Política se inibisse de divulgar uma nota, a dizer que recusa uma Convenção, como se tivesse legitimidade estatutária para tal. Recorde-se aos bloquistas que por aqui passam que, a conseguir-se a assinatura de 10% dos aderentes, isso obriga à realização da Convenção, independentemente da posição de discordância, legítima, da CP. Pode discordar, não pode recusar.As 3 sondagens presidenciais divulgadas este fim de semana confirmam que faltam votos à esquerda. Alegre na casa dos 20%, Nobre nos 10%, é muito pouco e dá uma vitória folgada a Cavaco na primeira volta. Falta ainda saber qual a posição final do PS. Falta ainda saber muito.

17 de Março

Manuel Alegre tem o seu primeiro documento de propaganda em distribuição massiva nos próximos dias. A autoria é do Bloco de Esquerda, que mistura no habitual jornal gratuito (que os militantes distribuem nos centros das cidades e nas grandes empresas) a denúncia às políticas anti-sociais de Sócrates, e ao PEC, com a promoção do candidato que Sócrates apoiará.Não clarifica, perturba a luta. É uma iniciativa aparentemente para consumo interno mas que será divulgada a centenas de milhar de portugueses, muitos dos quais são eleitores do Bloco, mas não são eleitores de Alegre.Não havia necessidade, neste momento, de prosseguir uma campanha que vai de precipitação em precipitação. Tudo isto me recorda a novela Sá Fernandes, com os resultados que todos conhecemos e que muitos bloquistas, entre os quais me encontro, criticaram em tempo útil. Nessa altura como agora, a resposta foram adjectivos fortes. Veremos se agora, como então, o resultado será semelhante.

João Delgado - 918 - Braga