quarta-feira, 28 de abril de 2010

Comentários

Camaradas,

Como dissesmos desde o início deste Blog, só publicamos comentários que venham identificados e com o número de aderente e/ou a Concelhia.
Infelizmente continuam a chegar-nos comentários sem identificação ou só com o nome e que ficam por publicar.
Mais uma vez pedimos a todos os camaradas que queiram comentar que nos deixem os seus dados completos (dados que, se nos manifestarem essa vontade, não serão publicados).
Pensamos que, porque todos queremos fazer uma discussão séria, todos entenderão a necessidade de não abrir excepções nem correr riscos.

Pela Convenção (XXII)

Mais camaradas pela Convenção:

Carlos Manuel Neves -1943 - Setúbal; Catarina Prado e Castro - 4763 - Lisboa; Cristiano Manuel Pinto Leite - 3013 - Viseu; Diogo Manuel Santos Bento - 6895 - Lisboa; Isabel Cristina Gonçalves Pombo - 1367 - Viseu

terça-feira, 27 de abril de 2010

Reuniões por todo o País

Camaradas,


Tal como tínhamos anunciado logo a seguir à última Mesa Nacional, vamos realizar, durante o mês de Maio, reuniões de subscritores da Convenção Nacional, abertas a tod@s @s militantes, para informações e discussão de quais os passos que devemos dar a seguir.

Na origem de todo este processo está a constatação generalizada de que, dentro do Bloco, não há discussão política nem participação militante. Tod@s @s subscritores da convocatória extraordinária da Convenção Nacional têm em comum o facto de entenderem que o futuro do Bloco passa pela vitória da discussão sobre os dados adquiridos e as decisões impostas de cima, e pela vitória da participação sobre o autismo e a arrogância. Por isso, apelamos a que te juntes a nós numa discussão que tem que ser feita e não deve ser adiada.

No dia 8 de Maio, em Lisboa, na sede de S. Bento, às 15.00, para tod@s @s camaradas dos distritos de Lisboa e Setúbal.

Dia 13 de Maio, em Braga , na Sede do Bloco, às 21.30 horas.

No dia 15 de Maio, em Faro, na sede do Bloco, também às 15.00 horas, para tod@s @s camaradas do Algarve.

No dia 22 no Porto, na sede do Bloco, às 15.00 horas, para @s camaradas do Norte - Porto, Aveiro.

Estamos ainda a organizar uma reunião em Coimbra em data que anunciaremos durante esta semana.

Queremos tomar decisões com uma discussão aberta e participada. Para a fazer contamos com tod@s.

Saudações bloquistas

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Pela Convenção XXI

Teresa Alpuim - 682 - Oeiras; Ana Paula Amaral - 8571 - Setúbal; André Igor Castro - 599 - Setúbal; André Traça de Almeida - 6779 - Lisboa; Andrea dos Santos Ruivo - 2828 - Braga; António José Figueiredo dos Santos - 3163 -Viseu; Arnaldo Godofredo Correia - 3644 - Lisboa; Aurora Cristina Lima - 998 - Lisboa; Carla Mendes - 2380 - Viseu; Carlos Varela - 7973 - Faro

domingo, 25 de abril de 2010

25 de Abril sempre!

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Perguntas e respostas e perguntas sem resposta

Mail enviado ao Correio da Mesa Nacional, à Comissão de Direitos, à Comissão Política e ao Secretariado do Bloco de Esquerda a 15 de Março de 2010:

À Mesa Nacional
À Comissão de Direitos
À Comissão Política
Ao Secretariado Nacional

Camaradas
Temos questionado por diversas vezes quanto aos procedimentos relativos à convocação da Convenção extraordinária. Depois de ter optado por reter a nossa primeira comunicação até a Comissão Política ter oportunidade de anexar a sua resposta, optou agora alguém da direcção do Bloco por não divulgar mensagens enviadas ao Correio da Mesa, nem responder a assuntos pendentes.
Solicitamos por isso, ( e pedimos especial atenção à Comissão de Direitos), que as seguintes questões sejam respondidas, com carácter de urgência.

1 - Sabemos que o número de aderentes do Bloco está inflacionado, incluindo nomes não contactáveis há vários anos e mesmo pessoas que já declararam não serem aderentes. Com estes dados, perguntamos qual o número efectivo de aderentes contactáveis, porque só a partir daí se poderá determinar os 10% em causa. Sugerimos que seja pedida a colaboração das estruturas distritais e regionais para determinar quantos aderentes são contactáveis. Não é obviamente do nosso interesse tornar pública a discussão sobre o número de aderentes do nosso partido.

2 - Muitos de nós conhecem os cadernos eleitorais dos seus núcleos, porque participam em mesas de voto, e por isso sabem que uma razoável percentagem de aderentes não tem e-mail. Queremos por isso saber quando tenciona o Secretariado remeter por carta a esses aderentes o pedido de convocação da Convenção por nós apresentado.

3 - Escreve a Comissão Política na sua resposta inicial que "recusa esta Conven­ção Extraordinária". Sabemos todos que a CP não tem essa competência estatutária, ou seja, 10% de aderentes obrigam à convocação da Convenção independentemente da opinião contrária (e legítima) da CP. Porque a intenção óbvia da CP é a de desmobilizar assinaturas com o seu pseudo-veto antecipado, solicitamos que seja enviada uma nota aos aderentes reproduzindo
o artigo em causa dos estatutos e esclarecendo que a posição da CP é opinativa e não deliberativa.

Esta mensagem deve ser distribuída aos destinatários de imediato sem comentários, conforme deliberação anterior da Comissão de Direitos. Quanto entenderem responder será a ocasião de divulgar a resposta a quem entenderem.

Saudações bloquistas,

Ferreira dos Santos
Isabel Faria
João Delgado
João Pascoal
Paulo Silva


Resposta recebida da Comissão de Direitos a 19 de Abril:

Camaradas:

1. Em resposta ao primeiro ponto da mensagem por vós enviada, a Comissão de Direitos deliberou solicitar aos Serviços Centrais do Bloco que confirme que o processo comparativo entre desfiliações que chegaram por escrito e a base de dados está correcto.

2. Em relação ao segundo ponto a Comissão de Direitos considera que a questão está ultrapassada, visto que aos aderentes que não têm indicação do correio electrónico a informação foi enviada por carta em 17 de Março.

3. Em relação ao terceiro ponto, a Comissão de Direitos considerou que o processo de informação sobre a solicitação de Convenção Extraordinária foi correctamente divulgado entre o aderentes do B.E.
Os estatutos são do conhecimento dos aderentes. As opiniões políticas são legítimas desde que explicitamente assumidas.

Saudações bloquistas,
A Comissão de Direitos

Esta deliberação nos pontos 1 e 2 dois foi aprovada sem votos contra, e no ponto 3. foi aprovada com o voto contra de Diana Curado.

Notas dos cinco militantes que solicitaram a informação:
1 - Uma solicitação feita com carácter de urgência teve uma respsota da Comissão de Direitos, mais de um mês depois, já depois de realizada a Mesa Nacional de 17 de Abril.

2 - Como se pode depreender da comunicação da CD, nem nós nem a Comissão de Direitos sabem neste momento qual o número de aderentes do Bloco de Esquerda. A nossa pergunta continua pois sem resposta, não nos sendo dado nenhum prazo para isso.

3 - Pelo que se depreende também da resposta, porque os aderentes conhecem os Estatutos...pode-se não cumprir os Estatutos. A Comissão Política não se limitou a dar uma opinião política legítima. Informou os aderentes que recusava esta Convenção.
Porque os aderentes sabem que não o pode fazer...pode fazê-lo?

quarta-feira, 21 de abril de 2010

A palavra dos militantes: Top secret

O Bloco de Esquerda, constitui-se como uma Organização Partidária de Esquerda Socialista e Democrática, nas suas vontades, quereres e exemplos para a transformação da sociedade capitalista rumo ao socialismo.
A sua estrutura organizativa parece cada vez mais enclausurada nos órgãos dirigentes, as suas decisões cada vez menos discutidas e o seu poder burocrático extremamente “agarrado” e desconfiado.
O grupo de centenas de militantes que pedem uma Convenção Extraordinária, e por isso necessitam de 10% de aderentes, requerem os cadernos de inscrições/militantes, e estes não lhes são facultados.
Uma candidatura a uma Coordenadora Concelhia, requer o mesmo e é-lhes vedado o acesso. Quer dizer, o partido esconde o nome de todos os jogadores, à equipa e ao treinador que concorre à possibilidade de poder formar equipa e treiná-la. Coisa estranha, este secretismo, num partido que pugna pelo exemplo de democracia interna e informação horizontal.
O BE caminha para onde? O BE deve ser aberto, plural e sem receio da alternância dos seus corpos dirigentes, tanto concelhios como distritais e nacionais.
Liberdade, o 25 de Abril está aí, camaradas.

José Manuel Faria, Vizela, nº 364

domingo, 18 de abril de 2010

A palavra dos militantes: desmentido sobre as declarações de Francisco Louçã e outras notas

Não vou fazer, para já, uma descrição exaustiva de como decorreu a Mesa Nacional do Bloco de Esquerda de ontem, dia 17 de Abril. Quem lá esteve sabe como decorreu. E os militantes saberão, no espaço e no tempo que considerarmos adequado, como decorreu. Quero no entanto deixar aqui um desmentido, uma clarificação e duas informações.

O desmentido: São falsas estas declarações de Francisco Louçã que a TVI 24 transcreve: "No entanto, Francisco Louçã adiantou que os promotores da iniciativa informaram que «o número de assinantes necessário ficou demasiado longe de ser alcançado», acrescentando que «não houve proposta de apoio a qualquer outro candidato ou de qualquer outra alternativa».
Nenhum dos subscritores que usou a palavra durante o dia de ontem informou que o "número de assinantes ficou demasiado longe de ser alcançado".
A terem sido estas as declarações de Francisco Louçã, elas são totalmente falsas. Até hoje, dois meses depois de termos questionado a Comissão Política e a Comissão de Direitos, não sabemos quantos militantes são necessários para convocar uma Convenção, porque não sabemos quantos militantes tem o Bloco de Esquerda, e, ontem, mais uma vez, essa informação não nos foi dada.
Foram aventados números para a Comunicação Social e durante intervenções de camaradas da Comissão Política, mas, até hoje, não nos foram dados números oficiais, conforme solicitámos.
Não sabemos se estamos longe ou perto de alcançar os 10% (o único número que temos como referência é o número dos envolvidos na VI Convenção do Bloco de Esquerda, realizada há um ano, e em relação a esse número, já alcançámos os 10%) e nenhum dos subscritores, em nenhum momento de nenhuma intervenção deu esta informação ou usou o passado para se referir ao processo. Para todos ficou claro que a recolha de assinaturas vai perseguir, até entendermos que é possível e desejável que persiga.

É falso ainda que não tenha sido apresentada "qualquer outra alternativa" e é tão falso que o camarada Francisco Louçã sabe que só foi aceite o método que propusemos para a forma como decorreria a reunião porque apresentámos aquilo que para nós era claro, mas que o Coordenador do Bloco impôs que se passasse a escrito para ser aceite: a alternativa ao apoio a Manuel Alegre é a realização de uma Convenção Extraordinária para decidir a posição do Bloco nas Presidenciais. E ela foi passada a escrito por exigência do próprio Francisco Louçã.
Francisco Louçã conhece a alternativa, todos os que estiveram na Mesa Nacional conhecem a alternativa e todos os camaradas que têm acompanhado este processo também a conhecem. É tão falso que não tivesse havido proposta de apoio a outra alternativa que depois os jornalistas são informados que "a proposta que não existiu"...teve, afinal, 8 votos a favor. Gostaria de salientar que mais uma vez os militantes e os jornalistas são informados sobre quantos votos têm as propostas recusadas mas nunca sobre quantos têm as propostas vencedoras...ser maioria é mesmo um estatuto!!

A clarificação: no decorrer da última intervenção, Francisco Louçã duvidou da nossa idoneidade afirmando que as assinaturas que temos são virtuais pois que não tinham sido entregues à Mesa Nacional. Tendo deixado no ar a dúvida se realmente existiam.
As assinaturas, as que temos hoje e que continuaremos a recolher até que colectivamente julgarmos que o devemos fazer, serão entregues quando e se colectivamente os subscritores assim entenderem. Necessariamente quando e se atingirmos os 10% necessários para a realização da Convenção, reiterando aqui que não o podemos sequer fazer porque continuamos sem saber quantos somos.

Da parte dos subscritores não houve, pois, nenhuma informação falsa dada aos jornalistas ou aos militantes. Foram dadas ontem informações falsas mas não por nós. Quando qualquer subscritor quiser ver a lista das assinaturas, tê-la-á de imediato. A Comissão Política, A Mesa Nacional, o Coordenador do Bloco te-la-ão se e quando nós decidirmos. E como não há centralismo democrático nem dirigentes no grupo de subscritores, tê-la-ão se todos decidirem e quando todos decidirem.

As informações:
1 - Foi assumido na Mesa Nacional que iria continuar a recolha de assinaturas.
2 - Foi decidido entre o os camaradas subscritores presentes na Mesa Nacional a realização de um plenário de subscritores a realizar na 1ª quinzena de Maio, provavelmente a 8 ou a 15.
Brevemente daremos a informação concreta da data e do local da reunião.

Isabel Faria - Lisboa

A reunião da Mesa Nacional e a Convenção

João Delgado - Braga

Decidi não comparecer à reunião da Mesa Nacional (MN) que se realizou ontem, cuja ordem de trabalhos anunciava debater a Convenção extraordinária.
Como subscritor da Convenção, sinto-me obrigado a partilhar também com quem se juntou a esta subscrição as razões da minha ausência:

“Aos membros da Mesa Nacional

Camaradas, não comparecerei na próxima reunião da MN, o que me leva a partilhar convosco estes breves apontamentos:

1 – Considero desnecessária a minha presença num órgão que é cada vez mais um palco comicieiro, onde a discussão política foi substituída pela insídia e, não raro, pelo insulto. Infelizmente, em lugar do debate sobre “que fazer?”, na MN é-nos explicado o que vamos fazer.

2 – Sobre esta reunião específica, depois de ler a proposta de resolução política e de assistir à entrevista do Francisco Louçã na RTP, tomei a decisão de não comparecer, por me faltar tempo e paciência para o previsível ritual.
Ouvir o camarada coordenador na televisão a falar em “facções” não augura nada de bom para a reunião, que deverá até incluir um número especial que será a re-divulgação do disparatado apoio de um qualquer colectivo brasileiro à Convenção extraordinária, como prova de que tudo não passa, mais uma vez, de temível maquinação do falecido Moreno.

3 – A resolução política é auto-explicativa. Pela primeira vez reconhece-se que, ao contrário do que foi propalado nos últimos meses, a Convenção não decidiu qualquer apoio a Manuel Alegre. Claro que a Comissão Política reconhece isto depois de termos publicado no nosso blog declarações do FL que se julgavam esquecidas.
É pena que a resolução não inclua também a já famosa intervenção de encerramento do camarada Luís Fazenda: “Os camaradas da Moção C inventaram até essa prodigiosa fantasia de que iríamos eventualmente ter um candidato às presidenciais em comum com o governo. É caso para dizer que só contaram para vocês”. Pois foi, nós é que somos os tontos do costume.

Confesso que não percebo para onde vai o Bloco, mas estou certo de que não vou por esse caminho. Ninguém me conseguirá convencer que se luta contra Sócrates ao lado de alguém que apoiou Sócrates activamente, e que ainda faz questão de frisar dia sim dia não qual é a sua família política e o seu partido.

Até breve,
João Delgado”

Posto isto, e não tendo ainda falado com qualquer camarada presente na reunião da MN (e a todos saúdo pelo “tempo e paciência” que para tal tiveram), encontro-me na situação da generalidade da militância, isto é, o conhecimento que tenho do que se passou ontem resulta dos relatos da comunicação social, incluindo da comunicação social do partido.

E o que esses relatos resumem é uma reunião da MN em que a maioria derrotou (com apenas oito votos a favor) a realização da Convenção extraordinária (CE). Este vem sendo o mantra repetido ad nauseum pela direcção: a Convenção não se vai realizar porque nós somos a maioria e não o queremos.

É então este o ponto principal destas linhas: sublinhar que a convocação da CE não carece de “autorização” prévia, ela é um imperativo estatutário desde que 10% dos aderentes assim o desejem. Acresce que não existe qualquer prazo para a recolha das assinaturas, pelo que este processo, que vai decorrendo de forma sustentada, não pára apenas porque a MN não gosta da ideia.

Sabendo nós que falta um dado fundamental na equação, a posição do PS e de que forma essa posição influenciará as candidaturas no terreno – não apenas a de Alegre, mas também a de Nobre, e a do PCP – não poderíamos correr o risco de seguir o mau exemplo da direcção e precipitamo-nos agora em decretar o fim do pedido de subscrição da CE.

Por mim cá estarei , com serenidade e determinação em devolver a palavra aos aderentes.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

A palavra dos militantes

«O marxismo busca o seu caminho através das brechas da crise desta sociedade, mas parte de uma posição muito minoritária. Rejeita a estratégia das alianças antifascistas para defender uma democracia novembrista, síndroma da Bela Adormecida que continua a imperar em alguma esquerda portuguesa e que paralisa o seu pensamento estratégico» Herança Tricolor, Francisco Louça.
É exactamente porque o Bloco começa a demonstrar fortes sintomas do “síndroma da Bela Adormecida” que uma convenção neste momento faz todo o sentido. Quando o Bloco surgiu, há mais de dez anos, tinha um grande objectivo a atingir, refazer o mapa da esquerda portuguesa. Assumia-se como um misto de movimento/partido que se batia por várias causas, por mais e melhores direitos, contra as mais variadas injustiças. Seria como uma espécie de ponto de encontro para tod@s que se quisessem juntar por esses combates. Mas aqui o plural é importante, é que são combates, não é um combate, ou seja, nunca o Bloco quis apresentar uma espécie de esboço do que seria um regime alternativo à dita “Democracia Novembrista” que cada vez mais se afunda no pântano… A sua escolha foi ir coleccionando propostas e combates singulares. O tipo de organização e de militância que o Bloco tem (ou não) hoje em dia também foi fruto das escolhas que foram sendo feitas. Dizem que o Bloco tem cerca de 8000 militantes, mas em alguma iniciativa, mesmo comícios, conseguiu o Bloco alguma vez ultrapassar as 3000 pessoas?
O objectivo de refazer o mapa da Esquerda Portuguesa já foi em grande medida atingido, a progredir e não definhar o Bloco precisa de definir novos horizontes. Ter apenas uma colecção de causas, algumas propostas e uns quantos discursos irados "do contra" é pouco para apresentar ao Povo, é insuficiente e, de facto, não responde aos problemas do país. É preciso mais. É necessária uma nova República, este regime e a classe dirigente que nos governa e se governa (sobretudo) têm de ser removidos. Isso implica ter uma proposta alternativa, qual é a que temos? A crise veio para ficar e com ela as tensões sociais não podem se não aumentar, os tempos que se avizinham serão duros. Sem uma organização com o mínimo de enraizamento popular e estrutura o Bloco será facilmente cooptado ou aniquilado. Em 2006, o timming era ideal, a Direcção do Bloco lançou o que se pretendia ser uma discussão de fundo em que todo o movimento/partido se envolvesse. O que estava em debate era exactamente o “Rumo Estratégico” do Bloco. Era uma fase relativamente calma da vida política nacional e sem eleições à vista. Mas pouco depois do começo promissor esse processo foi rapidamente congelado… Logo após as eleições autárquicas de 2009 algumas vozes dentro do Bloco sugeriram que era tempo de se fazer um bom balanço e se discutirem algumas coisas. deveriam ter sido sinais de aviso, mas pelos vistos não…

Parece-me óbvio que quanto mais se adiar a discussão sobre os Rumos Estratégicos que deve o Bloco tomar, piores serão as consequências para o BE e para o mais vasto movimento popular. É que não me parece fazer sentido algum apoiar fulano ou sicrano sem antes percebermos bem o que queremos para o País. Vejo a candidatura e a eleição Presidencial como parte de um processo de luta mais vasto, é sobre esse pano de fundo que se deveria tomar a decisão de qual o candidato a apoiar. Tenho dúvidas que Alegre seja a melhor escolha se o que desejamos é construir um movimento e um programa (que necessariamente terão de ir para lá do Bloco) capaz de derrubar o regime e substituir a “democracia novembrista” por uma nova República que responda aos problemas da Crise de forma Democrática. A certeza que tenho é que os actuais equilíbrios sociais e políticos são cada vez mais precários e a parte de Abril que ainda há na tal “democracia novembrista” será varrida se não construirmos nós a tal nova República

Tenho a certeza também que, neste momento, há uma falta imensa de criatividade e imaginação para encontrar novas soluções e caminhos. É que é exactamente quando as actuais instituições de poder estão mais desacreditadas perante as massas populares, que mais o Bloco, no seu funcionamento e atitude, está mais “institucionalizado”. Em cerca de 4 a 5 milhões de Portugueses elegíveis só quem está muito fossilizado é que acha que o BE só tem duas escolhas a fazer...

Por tudo isto considero uma decisão acertada e corajosa lançar este pedido de uma Convenção Extraordinária, não só faz sentido, como é uma discussão adiada há muito e mais do que necessária.

PS – Não resisto a um pequeno comentário final, algumas considerações que ouvi acerca desta petição, nomeadamente a sua proveniência, só me fazem lembrar a imagem de um indivíduo super preocupado em afastar uma mosca que zurze à sua volta e que não vê a manada de elefantes que está a vir contra si a toda a velocidade…

Francisco Furtado, nº 391 - Lisboa

quarta-feira, 14 de abril de 2010

"Se o PS tivesse já anunciado o apoio a Manuel Alegre, certamente que já teríamos atingido os 10% de peticionários"

José Moreira, 42 anos, eleito para a Assembleia Municipal de Faro, membro da Comissão Coordenadora do Núcleo de Faro do Bloco de Esquerda, delegado à VI Convenção Nacional pela Lista A, membro da Direcção Nacional do Sindicato Nacional do Ensino Superior.

P: Porque é que um pedido de convocatória extraordinária de Convenção Nacional do Bloco de Esquerda neste momento faz sentido?
R: Uma convenção extraordinária faz sentido para permitir uma escolha participada do candidato ou candidata a apoiar pelo Bloco de Esquerda, a escolha numa Convenção Nacional para além do debate de diversos cenários alternativos reforçaria o peso político das bases e o compromisso do Bloco com a decisão tomada na Convenção Nacional.

P: Antes ou depois da declaração pública de apoio a Manuel Alegre, em que momento participaste na discussão das presidenciais?
R: Tal como todos os delegados à VI Convenção Nacional, participei nas discussão das teses, e no meu caso votei favoravelmente o perfil definido pela moção A. Não participei em qualquer discussão prévia sobre o apoio à candidatura de Manuel Alegre. Posteriormente ao anúncio do apoio a Manuel Alegre, muitos Camaradas do núcleo de Faro e do Algarve têm expressado muitas reservas, quer ao apoio a Manuel Alegre, quer, sobretudo, ao tempo e ao modo em como o mesmo foi anunciado.
Para mim não é claro que Manuel Alegre caiba no perfil definido na VI convenção, e não estou nada convencido da bondade de apoiarmos o mesmo candidato que o Partido Socialista.

P: Independentemente dos peticionários conseguirem os 10% exigidos pelos Estatutos do BE, o que vai acontecer a seguir?
R: Antes de mais tenho a convicção de que se o PS tivesse já anunciado o apoio a Manuel Alegre, certamente que já teríamos atingido os 10% de peticionários, tal como se o PS tivesse anunciado o não apoio a Manuel Alegre também o número de peticionários seria certamente mais reduzido.
Quanto ao que vai acontecer a esta petição, gostaria que a Mesa Nacional tivesse em conta que um número significativo de militantes activos de varias tendências e diferentes posições sobre a candidatura a apoiar subscreveram esta petição. E que a realização de uma Convenção Nacional reforçaria a democracia interna do Bloco e acrescentaria força à solução saída da Convenção Extraordinária.
Mesmo que esta petição não tenha consequências a curto prazo, estou certo que a médio prazo ela será considerada um momento de aprofundamento do debate interno, num partido que necessita de consolidação ideológica. Numa organização política plural o debate interno franco e aberto é essencial para a definição de rumos e objectivos claros que conduzam à transformação social que tomos almejamos.

terça-feira, 13 de abril de 2010

"Arriscamo-nos a ver defraudado o sentido de voto da Convenção de 2009"

João Pascoal, membro da Mesa Nacional do BE eleito pela moção C, da Coordenadora de Trabalho do BE e da Coordenadora Distrital de Lisboa.

P: Porque é que um pedido de convocatória extraordinária de Convenção Nacional do Bloco de Esquerda neste momento faz sentido?
R: A Convocação de uma Convenção Extraordinária para deliberar sobre a candidatura presidencial, será necessária na medida em que a Mesa Nacional do BE tomou uma decisão precipitada de ratificar o apoio que membros da Comissão Política já tinham dado publicamente à candidatura de Manuel Alegre. Com esta decisão, não foi acautelado, ou pior, arriscamo-nos a ver defraudado, o sentido de voto da Convenção de 2009 na qual a actual direcção do Bloco (na altura a moção A) afirmava claramente que não iria apoiar um candidato comum com o (previsível) governo PS. Ora, é aqui que reside o problema central, o Bloco não pode estar numa disputa política como é a eleição presidencial, ao lado do actual principal inimigo dos trabalhadores, o governo PS que está a fazer uma grande ofensiva contra o povo português. Um governo que tem a opção política de um orçamento e um PEC destruidores do emprego, do salário, dos direitos dos trabalhadores e dos bens e serviços públicos.
A posição política de apoio a um candidato comum com o PS, poderá ser útil a algumas estratégias particulares dentro do BE, mas tal como foi o ‘acordo de Lisboa’ com o PS de António Costa (cujos danos estão bem quantificados nos resultados autárquicos no concelho de Lisboa, em 2009), trará danos ainda mais graves para o Bloco enquanto alternativa política para a luta popular e socialista. Para reverter esta situação, só uma nova (e improvável) decisão da Mesa Nacional, ou uma decisão do órgão máximo do BE que é a Convenção Nacional. Sendo improvável outra decisão da MN só resta a possibilidade de uma Convenção, é nesta opção que estamos a trabalhar.

P: Antes ou depois da declaração pública de apoio a Manuel Alegre, em que momento participaste na discussão das presidenciais?
R: Na Convenção de Fevereiro de 2009, a moção C colocou a discussão sobre presidenciais, e a moção A (a actual Comissão Política) que nem sequer tocava o tema inicialmente, respondeu com uma adenda à sua moção, uma adenda de poucas linhas, onde dizia que o BE devia defender uma candidatura “para a luta política da esquerda, sem prejuízo da possibilidade de apoiar uma candidatura da sua área política no caso em que essa alternativa não se concretize". Após as eleições legislativas de 2009, com a vitória do PS/Sócrates, para a qual contribuiu o apoio público de Manuel Alegre, configurou-se uma nova situação em relação a possíveis candidatos presidenciais. Uma candidatura para a luta política da esquerda seria uma candidatura para reforçar a luta contra as políticas governamentais do PS, e com mais clareza, hoje uma candidatura para a luta da esquerda é uma candidatura contra o orçamento, o PEC e o governo PS/Sócrates. E essa candidatura ainda não existe.
No final de 2009, o coordenador do BE começou a defender publicamente a candidatura de Manuel Alegre, antes dessa altura, nas reuniões do BE (Concelhias, Distritais ou Mesa Nacional) nunca tinha sido agendada qualquer discussão do tema, apesar de alguns membros da ex-moção C terem colocado a necessidade dessa discussão. E, só mesmo depois de publicamente ter sido assumido pela Comissão Política do BE o apoio a Manuel Alegre, é que foi convocada uma Mesa Nacional onde acabou por entrar o tema na Ordem de Trabalhos. Foi essa a primeira reunião da Mesa Nacional onde se pode discutir o tema, já depois de estar dada publicamente a ‘posição do BE’. Mais uma vez foi um aval a posições já tomadas publicamente pela Comissão Política e que comprometeram todo o Bloco, em claro desrespeito pela Mesa Nacional, o órgão máximo entre Convenções.

P: Independentemente dos peticionários conseguirem os 10% exigidos pelos Estatutos do BE, o que vai acontecer a seguir?
R: Os peticionários estão a recolher as assinaturas, e vão continuar se não houver alteração da política na Mesa Nacional do próximo dia 17 de Abril. Para as Convenções do BE, e em concreto para a última Convenção realizada em 7 e 8 de Fevereiro de 2009, participaram na sua legitimização, com o seu voto para a eleição de delegados, alguns milhares de aderentes do Bloco. Os 10% desses milhares que têm sido o BE, serão claramente ultrapassados na petição que estamos a realizar. Caberá à Comissão de Direitos do BE avaliar a dimensão da nossa petição e à Mesa Nacional o seu significado político. O BE tem-se afirmado como um partido diferente, e certamente procurará ser mais democrático do que outros e evitará que impere a ‘lei da rolha’.

Perguntas & respostas (fim)

Esta petição não vem abrir feridas no interior do Bloco?
Parafraseando o camarada Miguel Portas, quando as organizações de esquerda enfrentam momentos delicados facilmente reagem de forma sectária, enquistam posições e estigmatizam quem delas discorda. Ora, os subscritores do pedido de convocatória extraordinária da Convenção Nacional não desejam nem querem qualquer estigma, tanto mais que eles são a minoria. Cabe à maioria não abrir mais feridas e, ao mesmo tempo, contribuir para a cicatrização.

Paulo F. Silva - Rio Tinto (Gondomar)

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Temos uma Convenção para fazer!!!

Camaradas, ultrapassámos hoje os 250 subscritores!!!

A palavra dos militantes: Partido político sem bases é como um jogo de futebol sem claques

As bases (tal como as claques) são a razão de ser dos partidos políticos, porque sem elas as ideologias não se justificam, nem símbolos, cores, bandeiras. Nada faz sentido. Mas, se tiverem bases convictas, organizadas, ardorosas – os partidos vão para frente e até transformam as derrotas em vitórias.

O povo – anónimo, diversificado por profissões, regiões, renda, religiões e todas as opções de vida que a democracia lhes assegura – tende a se associar em torno de sonhos e esperanças. Quando escolhe uma bandeira política, torna-se a base de um partido. Bases são o corpo e alma de um partido.
Partido que é partido, de verdade, não tem caciques, tem líderes; não tem donos, têm militantes e eleitores. Em consequência, líder que é líder — jamais impõe a sua vontade pessoal. Segue o que deseja a maioria nas bases partidárias.
Para tanto, é preciso que haja um conjunto de ideias bem definidas bem como programas para aplicá-las na prática. Quem estiver de acordo e se dispuser a disciplinadamente lutar para que prevaleçam, torna-se uma parcela fundamental do partido.
Numa verdadeira democracia, os líderes procuram ouvir e interpretar as bases, em vez de desafiá-las. Só assim, na hora de disputar as eleições, os partidos estão unidos para a campanha eleitoral.

O autoritarismo e a auto-suficiência das direcções partidárias são duas desgraças da política. Em consequência, as bases partidárias não acatam as indicações e os candidatos são “cristianizados”.
Todas as decisões de um partido de base devem reflectir a opinião dos seus militantes.
As bases devem ser permanentemente informadas, dia a dia, da actuação dos dirigentes do partido e dos deputados.

Partido político não é “Bloco do Eu Sozinho” – como se comportam os que se consideram donos da vontade de todos e fazem o que querem — nem “Sociedade Anónima”, em que os dirigentes agem como accionistas e só eles decidem. Partido é uma organização eleitoral que reúne cidadãos em torno de ideias e programas, reflectidos na actuação dos seus Eleitos nas diversas Assembleias e Câmaras Municipais.

O papel dos líderes é reunir, ouvir, discutir e fazer com que todos se considerem responsáveis e apoiem as decisões partidárias.
Ora foi isso que não aconteceu com a decisão do apoio da Comissão Politica Nacional a Manuel Alegre.
Como não me conformo com esta decisão, de não escutar as bases por parte dos nossos dirigentes, sou um daqueles que assinou a petição para a realização de uma Convenção Extraordinária do BE para que se escute as bases.

João Pereira - Olhão
Vereador na Câmara Municipal de Olhão

Perguntas & respostas (7)

Mas não seria mais lógico que a petição avançasse com um nome alternativo ao de Manuel Alegre?
A lógica, às vezes, resume-se a uma batata. Sem qualquer debate anterior, a direcção política do Bloco de Esquerda avança, eventualmente para “marcar agenda”, e faz ratificar o nome de Manuel Alegre. Questionada sobre outros eventuais nomes de candidatos é dito que este não é possível porque não está interessado nem para aí virado, aquele porque correria riscos políticos de excepção e aqueloutro porque tem um percurso político hesitante. Mas que todos os nomes ventilados, por mera coincidência, até teriam sido sondados. E qual não é o espanto quando um deles, precisamente Fernando Nobre, uns dias depois, apresenta a sua intenção de candidatura! Conclusão: isto não tem lógica, é mesmo uma batata, e há quem pense, eu sou deles, que, afinal, a direcção política do Bloco não falou com ninguém, além do próprio Manuel Alegre! Face a isto, era mesmo de avançar com nomes?

Paulo F. Silva - Rio Tinto (Gondomar)

domingo, 11 de abril de 2010

"Não é possível que a direcção do BE continue a ignorar a vontade dos aderentes em discutir as posições a assumir pelo Bloco"

José Joaquim Ferreira dos Santos, 63 anos, membro da Assembleia Municipal de Matosinhos, membro da Mesa Nacional e do Secretariado do Núcleo de Matosinhos. Fundador do Bloco de Esquerda. Delegado à VI Convenção pela Moção B.

P: Porque é que um pedido de convocatória extraordinária de Convenção Nacional do Bloco de Esquerda neste momento faz sentido?

R: Como a VI Convenção Nacional do BE não tomou nenhuma decisão taxativa sobre a individualidade a apoiar para a candidatura à Presidência da Republica, conforme tem sido largamento afirmado, e como foi tomada a posição, por parte da Comissão Política, de apoiar a possível candidatura de Manual Alegre, sem que para isso tenha havido um debate, por mínimo que fosse dentro do Bloco, tendo posteriormente levada, esta decisão, a ser ratificada na Mesa Nacional, considero que, dada a existência de mais do que uma candidatura susceptível de ser apoiada por aderentes do BE, só uma nova Convenção estaria em posição de decidir tal questão. De qualquer modo, como no BE não existe centralismo democrático, os aderentes são livres de poder apoiar a candidatura a PR que acharem mais de acordo com as suas preocupações e ideias.

P: Antes ou depois da declaração pública de apoio a Manuel Alegre, em que momento participaste na discussão das presidenciais?

R: Após a declaração pública , por parte do Coordenador da Comissão Politica , do apoio à disponibilidade expressa por Manuel Alegre em se candidatar , tive oportunidade de discutir com os meus camaradas da Esquerda Nova tal apoio, que foi considerado extemporâneo e precipitado e sem estar estribado em debate interno do BE. Com alguns camaradas remetemos um documento à Mesa Nacional onde tal posição foi levada para ratificação, documento que foi pouco mais do que ignorado. Depois tenho participado em todas as discussões que tem havido sobre este tema e assumi a co-responsabilidade de apelar à realização de uma Convenção Extraordinária.

P: Independentemente dos peticionários conseguirem os 10% exigidos pelos Estatutos do BE, o que vai acontecer a seguir?

R: Seja qual for o resultado da petição que está acorrer no Bloco e atendendo ao número de aderentes que tem vindo a subscrevê-la, não é possível que a direcção do BE continue a ignorar a vontade dos aderentes em discutir as posições a assumir pelo Bloco. Não se trata, como já ouvi dizer, de manter o BE em Assembleia Geral Permanente, mas hoje existem formas ágeis e fáceis de auscultar um grupo como o Bloco , assegurando uma democratização das resoluções e um muito maior empenhamento das pessoas nas acções a desenvolver. O Bloco de Esquerda tem um importante papel a desempenhar na cena politica portuguesa e não convém que erros de apreciação ou precipitações mal explicadas possam enfraquecer o trabalho desenvolvido em tantas frentes de luta como o que o Bloco tem.

Perguntas & respostas (6)

Porquê tanta oposição a Manuel Alegre?
Não há qualquer oposição específica a Manuel Alegre, independentemente do que ele é e do que representa. Entre os subscritores da convocatória extraordinária da Convenção Nacional há quem já tenha declarado apoio a Manuel Alegre ou a Fernando Nobre. Há quem tenha dito, até à data, coisa rigorosamente nenhuma. E ainda há quem não saiba o que fazer à vida, como se costuma dizer. E este estado de coisas só é possível porque não houve debate interno. Mesmo se tivesse havido debate, ninguém poderia impedir fulano ou sicrano de discordar da posição colectiva, mas, aqui, a posição assumida como colectiva não teve sequer escrutínio democrático digno desse nome.

Paulo F. Silva - Rio Tinto (Gondomar)

sábado, 10 de abril de 2010

Perguntas & respostas (5)

Os mesários estavam condicionados! O que quer isso dizer?
Na primeira metade de Dezembro do ano passado, o coordenador Francisco Louçã anunciou o apoio do Bloco de Esquerda à candidatura de Manuel Alegre. E logo se seguiram vários outros membros da Comissão Política. Depois destas declarações públicas de apoio a Manuel Alegre, é absolutamente natural, e lógico, que muitos camaradas tenham optado pelo silêncio em plena Mesa Nacional. Afinal de contas, o Bloco de Esquerda até já estava directamente envolvido na luta presidencial!

Paulo F. Silva - Rio Tinto (Gondomar)

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Perguntas & respostas (4)

Mas, se a Mesa Nacional aprovou, com apenas dois votos contra e oito abstenções, o apoio a Manuel Alegre, os peticionários estão a questionar a legitimidade daquele órgão. Correcto?
Não. A Mesa Nacional eleita a 8 de Fevereiro de 2009 representa as tendências e as sensibilidades que se apresentaram em Convenção naquela data. Ninguém questiona a legitimidade da Mesa Nacional na actualidade, embora também ninguém possa garantir que uma e outra sejam a mesma coisa! O que está em causa é que uma decisão da Convenção – uma decisão relevante, no contexto do combate político em curso, não se trata de uma qualquer formalidade de trazer por casa! – poderá, eventualmente, não estar a ser correctamente interpretada pela Mesa Nacional. E se não está a ser devidamente avaliada deve ser questionada. Onde? Numa Convenção. Quanto aos dois votos contra e os oito abstencionistas, na votação da resolução da Mesa Nacional, é preciso dizer o seguinte: os mesários já estavam condicionados, não na sua liberdade de expressão, porque toda a gente fala livremente na Mesa Nacional, mas na manifestação da sua liberdade, que é algo completamente diferente.

Paulo F. Silva - Rio Tinto (Gondomar)

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Pela Convenção (XX)

Mais camaradas pela Convenção:

Hugo André Bastos - 4967 - Coimbra; Nuno André Passos Geraldes - 4520 - Braga; Diogo André Castelhano - 2259 - Lisboa; Maria da Conceição Serrano - 4966 - Lisboa; Eduardo Miguel Veloso - 6859 - Braga

Perguntas & respostas (3)

E a Mesa Nacional, o que decidiu?
A Mesa Nacional de 23 de Janeiro deste ano – realizada, exactamente, uma semana depois (!) da declaração de candidatura de Manuel Alegre – aprovou duas resoluções, uma das quais (constituída por três pontos, a propósito do Orçamento para 2010, as presidenciais e o reforço da presença das tropas portuguesas no Afeganistão) manifesta o apoio do Bloco de Esquerda à intenção de candidatura de Manuel Alegre.
Nessa mesma reunião da Mesa Nacional, um grupo de 60 aderentes, incluindo vários membros da Mesa Nacional, apresentaram um documento, datado de 19 de Janeiro, no qual os subscritores dizem: a) desconhecer “quaisquer consultas efectuadas às estruturas do Bloco, no sentido de Alegre garantir, segundo as decisões da última Convenção Nacional, ‘a convergência mais ampla possível para a luta política da esquerda’”; b) estranhar que “o Bloco de Esquerda possa declarar publicamente o seu apoio a um candidato sem lhe conhecer o programa político, nem os apoios políticos”; c) não compreender “a razão da pressa” nem “a justificação do momento escolhido para, a um ano das presidenciais, o Bloco anunciar o seu apoio à candidatura de Manuel Alegre”; d) não entender, “a um ano das eleições e com todos os cenários políticos em aberto, como pode o Bloco ter a certeza de que não surgirá outra candidatura à Esquerda que preencha os requisitos aprovados em Convenção, que una a Esquerda, que seja oposição a Cavaco Silva e que seja alternativa consequente às políticas de Direita do Governo de Sócrates”.

Paulo F. Silva - Rio Tinto (Gondomar)

quarta-feira, 7 de abril de 2010

A palavra dos militantes

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João Pedro Freire - Matosinhos - Blog Tribuna Socialista

Perguntas & respostas (2)

Em concreto, o que foi aprovado pela última Convenção em relação às presidenciais?
Diz a Tese 17, com o subtítulo “O Bloco em campanha”, que “o Bloco de Esquerda defenderá a necessidade de uma candidatura presidencial da convergência mais ampla possível para a luta política da esquerda, sem prejuízo da possibilidade de apoiar uma candidatura da sua área política no caso em que essa alternativa não se concretize”. E nada mais.

Paulo F. Silva - Rio Tinto (Gondomar)

terça-feira, 6 de abril de 2010

Perguntas & respostas (1)

Quando se fala num pedido de convocatória extraordinária da Convenção Nacional de que é que estamos a falar?
O pedido de convocatória extraordinária da Convenção Nacional, assinado por mais de 50 aderentes do Bloco de Esquerda, foi efectuado a 12 de Março deste ano e alega que não foi dado à Mesa Nacional “mandato para se proceder ao apoio de qualquer candidatura, nomeadamente, que pudesse ser apoiada pelo Governo de José Sócrates”. Os peticionários evocam a moção de orientação política aprovada pela VI Convenção Nacional, segundo a qual “o Bloco de Esquerda defenderá a necessidade de uma candidatura presidencial da convergência mais ampla possível para a luta política da esquerda, sem prejuízo da possibilidade de apoiar uma candidatura da sua área política no caso em que essa alternativa não se concretize”. Do ponto de vista formal, trata-se de uma iniciativa, ao abrigo dos Estatutos em vigor, segundos os quais “a Convenção Nacional realiza-se com uma periodicidade de dois anos, podendo ser convocada extraordinariamente por iniciativa da Mesa Nacional ou de dez por cento dos aderentes”.

Paulo F. Silva - Rio Tinto (Gondomar)

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Pela Convenção - XIX

Mais camaradas pela Convenção Extraordinária do Bloco de Esquerda:

Fernando Manuel - 3645 - Lisboa; Fernando Oliveira - 4352 - Portimão; nº3980 - Lisboa; António Barbosa - 7006 - Faro, Sofia Isabel Rajado - 8117 - Lisboa.

sábado, 3 de abril de 2010

A Convenção na Imprensa

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Pela Convenção (XVIII)

Mais camaradas pela Convenção:

Sofia Carvalho - 6820 - Coimbra; Sílvia Marques - 3684 - Coimbra; Flávia Polido - 5282 - Coimbra; Aurora Ferreira - 1024 - Amadora; António José Graça Ferrão - 711 - Almada

Reunião em Setúbal

Na passada Terça-Feira, teve lugar na sede de Setúbal uma reunião destinada a discutir a realização da Convenção Extraordinária. Foi uma reunião proveitosa para todos. Para quem a defende e, acredito, também, para quem a contesta.

Gostaria de salientar três pontos que me parecem fundamentais do debate:

1 - Mesmo entre camaradas que não subscrevem a convocatória há muitas criticas à forma como a decisão de apoiar Alegre foi tomada e tornada pública.

2 - Ficou claro para todos que aquela era a 1ª reunião sobre o tema Presidenciais, tida entre militantes do Bloco de Esquerda de Setúbal. Mais de três meses depois de Francisco Louçã ter dado conta à imprensa, em nome do Bloco, de seu apoio a Manuel Alegre e mais de dois meses depois da ratificação deste apoio pela Mesa Nacional.

3 - Retive uma opinião dum camarada da Comissão Política, que me parece, de facto, o cerne de toda a questão: fazer uma Convenção agora, seria "escangalhar" o Bloco. Isto é, pelo que entendi, a CP opta, decididamente, pela pescadinha de rabo na boca: depois do apoio dado pelo Coordenador, qualquer posição contrária da Comissão Política, seria "escangalhar" o Bloco; depois do apoio público da CP, qualquer posição contrária da Mesa Nacional teria sido "escangalhar" o Bloco, depois da ratificação da Mesa Nacional, uma Convenção seria, ainda e voltando ao início..."escangalhar" o Bloco.
Fica a questão se, então, não seria mais sensato, e mais conforme a política da "pescadinha" que se optasse mesmo só pelo início de todo o processo... a posição do Coordenador? Já que a partir daí ou se ratifica tudo, todos ratificamos tudo, ou se quer prejudicar o Partido. E nos arriscamos a fazer o jogo da Direita...(onde é que já tinha ouvido isto antes?).

Isabel Faria - Lisboa

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Esquerda.net recusa divulgar este blog

A notícia da existência deste blog, e da ultrapassagem das duas centenas de aderentes subscritores da Convenção extraordinária, não passou no crivo editorial do Esquerda.net.
Alegam os responsáveis que só quando a "petição" estiver concluída aquele portal voltará a dar atenção ao exercício deste direito estatutário, pela primeira vez exercido em 10 anos do Bloco.
O Esquerda.net é, também, o nosso portal, porque somos aderentes do Bloco, alguns de nós membros eleitos em Convenção para a Mesa Nacional.
Para o Esquerda.net "a promoção da iniciativa cabe aos seus promotores". Estamos de acordo, não nos tínhamos era apercebido que o esquerda era um espaço de promoção de iniciativas, julgávamos que era um "órgão de informação alternativa".

Esta é a nota não publicada:

Mais de duas centenas de aderentes do Bloco de Esquerda subscreveram, até à data, o pedido de uma Convenção Nacional extraordinária, para debater as eleições presidenciais. Nos termos estatutários, é necessária a iniciativa de dez por cento dos aderentes, ou da Mesa Nacional, para que uma Convenção extraordinária tenha lugar.
A recolha de assinaturas prossegue por todo o país, podendo ser efectuada por via electrónica através do envio do nome, núcleo / concelho e número de aderente para o e-mail convencaobe@gmail.com.
Os promotores da subscrição mantêm um blog dedicado ao tema, em http://convencaoextraordinaria.blogspot.com/, no qual estão a ser divulgados depoimentos pró e contra a convocação da Convenção, sendo o único critério de publicação desses depoimentos que o autor ou autora se identifique como aderente do Bloco de Esquerda.