E a Mesa Nacional, o que decidiu?
A Mesa Nacional de 23 de Janeiro deste ano – realizada, exactamente, uma semana depois (!) da declaração de candidatura de Manuel Alegre – aprovou duas resoluções, uma das quais (constituída por três pontos, a propósito do Orçamento para 2010, as presidenciais e o reforço da presença das tropas portuguesas no Afeganistão) manifesta o apoio do Bloco de Esquerda à intenção de candidatura de Manuel Alegre.
Nessa mesma reunião da Mesa Nacional, um grupo de 60 aderentes, incluindo vários membros da Mesa Nacional, apresentaram um documento, datado de 19 de Janeiro, no qual os subscritores dizem: a) desconhecer “quaisquer consultas efectuadas às estruturas do Bloco, no sentido de Alegre garantir, segundo as decisões da última Convenção Nacional, ‘a convergência mais ampla possível para a luta política da esquerda’”; b) estranhar que “o Bloco de Esquerda possa declarar publicamente o seu apoio a um candidato sem lhe conhecer o programa político, nem os apoios políticos”; c) não compreender “a razão da pressa” nem “a justificação do momento escolhido para, a um ano das presidenciais, o Bloco anunciar o seu apoio à candidatura de Manuel Alegre”; d) não entender, “a um ano das eleições e com todos os cenários políticos em aberto, como pode o Bloco ter a certeza de que não surgirá outra candidatura à Esquerda que preencha os requisitos aprovados em Convenção, que una a Esquerda, que seja oposição a Cavaco Silva e que seja alternativa consequente às políticas de Direita do Governo de Sócrates”.
Paulo F. Silva - Rio Tinto (Gondomar)
quinta-feira, 8 de abril de 2010
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1 comentário:
Maria Felga, Porto
Foi,para mim, o que de mais extraordinário se passou em todo este processo: 60 militantes do BE apresentam à Mesa Nacional um texto claro, propositivo, com questões que (julgávamos nós) podiam contribuir para uma discussão clara e frontal sobre as presidenciais.
E que aconteceu? O texto foi olimpicamente ignorado e passou-se de imediato à votação da resolução, que incluia o tal ponto sobre M.Alegre... (Depois falamos de democracia interna, de democracia participativa, de direito à opinião....)
Se o Bloco no seu todo não foi convocado para tomar posição e se a Mesa nacional não valorizava um texto subscrito por sessenta aderentes, então o passo seguinte era apontar para uma convenção. Extraordinária.
Foi o que fizemos. E foi por isso que assinei pela Convenção.
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