P: Porque é que um pedido de convocatória extraordinária de Convenção Nacional do Bloco de Esquerda neste momento faz sentido?
R: Como a VI Convenção Nacional do BE não tomou nenhuma decisão taxativa sobre a individualidade a apoiar para a candidatura à Presidência da Republica, conforme tem sido largamento afirmado, e como foi tomada a posição, por parte da Comissão Política, de apoiar a possível candidatura de Manual Alegre, sem que para isso tenha havido um debate, por mínimo que fosse dentro do Bloco, tendo posteriormente levada, esta decisão, a ser ratificada na Mesa Nacional, considero que, dada a existência de mais do que uma candidatura susceptível de ser apoiada por aderentes do BE, só uma nova Convenção estaria em posição de decidir tal questão. De qualquer modo, como no BE não existe centralismo democrático, os aderentes são livres de poder apoiar a candidatura a PR que acharem mais de acordo com as suas preocupações e ideias.
P: Antes ou depois da declaração pública de apoio a Manuel Alegre, em que momento participaste na discussão das presidenciais?
R: Após a declaração pública , por parte do Coordenador da Comissão Politica , do apoio à disponibilidade expressa por Manuel Alegre em se candidatar , tive oportunidade de discutir com os meus camaradas da Esquerda Nova tal apoio, que foi considerado extemporâneo e precipitado e sem estar estribado em debate interno do BE. Com alguns camaradas remetemos um documento à Mesa Nacional onde tal posição foi levada para ratificação, documento que foi pouco mais do que ignorado. Depois tenho participado em todas as discussões que tem havido sobre este tema e assumi a co-responsabilidade de apelar à realização de uma Convenção Extraordinária.
P: Independentemente dos peticionários conseguirem os 10% exigidos pelos Estatutos do BE, o que vai acontecer a seguir?
R: Seja qual for o resultado da petição que está acorrer no Bloco e atendendo ao número de aderentes que tem vindo a subscrevê-la, não é possível que a direcção do BE continue a ignorar a vontade dos aderentes em discutir as posições a assumir pelo Bloco. Não se trata, como já ouvi dizer, de manter o BE em Assembleia Geral Permanente, mas hoje existem formas ágeis e fáceis de auscultar um grupo como o Bloco , assegurando uma democratização das resoluções e um muito maior empenhamento das pessoas nas acções a desenvolver. O Bloco de Esquerda tem um importante papel a desempenhar na cena politica portuguesa e não convém que erros de apreciação ou precipitações mal explicadas possam enfraquecer o trabalho desenvolvido em tantas frentes de luta como o que o Bloco tem.
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