A palavra dos militantes - Desta maneira, não quero ser feliz para todo o sempre!

Há duas respostas a duas perguntas objectivas – no que se reporta ao que está em causa neste blogue – nesta entrevista ao “Correio da Manhã” que me incomodam.
Louçã ao lado de Sócrates na campanha de Alegre?
Louçã não se vê, nem se vai ver. Eu também não me vejo, nem seguramente me vou ver.
Mas Louçã está “numa campanha eleitoral com Manuel Alegre e quem lidera a campanha é Manuel Alegre”, como se aquilo que o coordenador do Bloco afirma respeitasse e apenas implicasse ele próprio. Por outras palavras. O candidato é Alegre, o rosto da sua campanha é Alegre, logo, tudo (e todos!) o que lhe esteja associado é despiciendo. Será? Não. Não é.
Vejamos. Alegre faz um comício em Coimbra. Onde estará Louçã? Em Coimbra? Nãooo… em Faro! E Sócrates? Onde estará Sócrates nessa mesmíssima noite? Em Coimbra? Nãooo… no Porto!
Faz sentido?! Claro que não!!!
Mas Louçã esclarece: que não sabe o que Sócrates fará! Faz sentido?!
Voltemos ao exemplo teórico de há pouco. Alegre faz um comício em Coimbra. Onde estará Louçã? Em Coimbra? Nãooo… em Faro! E Sócrates? Onde estará Sócrates nessa mesmíssima noite? Em Coimbra? Talvez… No Porto? Nãooo!!!
E isto faz sentido? Claro que não!!!

Segundo momento da entrevista, no que se refere ao que está em causa neste blogue.
Até ao momento, Sócrates “não disse nada”. Louçã adianta que não sabe o que Sócrates fará, e que isso é matéria que não lhe “interessa”! Porque o que importa mesmo é a “coerência”, aliás, é na “coerência” que Louçã se sente bem.
A coerência e a verticalidade dos objectivos e dos meios é tal que, que se dane!, podemos estar ao lado de Deus (cruzes, credo!) e do Diabo (salvo seja!) em simultâneo!!!

Não entendo. Continuo mesmo sem entender como é possível esta ginástica mental que nos coloca a todos, a Esquerda Socialista e os protagonistas circunstanciais do neoliberalismo em Portugal, todos no mesmo barco. Ou será que à segunda-feira criticamos o Sócrates pelas suas políticas de Direita, e à terça sorrimos uns para os outros no comício de Coimbra, e por aí diante e assim seremos todos muito felizes para todo o sempre?!

Paulo F. Silva – Gondomar – 1201