sábado, 27 de março de 2010

A palavra dos militantes - Convenção Extraordinária? Pois Claro!

Num balanço pessoal da V Convenção, escrevi em Junho de 2007, sobre as presidênciais de 2006 o seguinte:
… Nas moções apresentadas, apenas a moção C faz um balanço sobre as presidênciais, que se aproxima do meu pensamento
Quanto a mim, esse processo nasceu mal logo na IV convenção do BE, quando esta aprovou a apresentação de um candidato próprio, sem deixar uma porta aberta para um possível entendimento das esquerdas à volta de uma candidatura que pudesse fazer frente a um candidato das direitas.
Não sendo Alegre, uma personalidade muito “simpática “ para as esquerdas, acho que se devidamente influenciado/pressionado poderia ter desempenhado um papel muito importante, caso Louçã e Jerónimo tivessem em determinado momento desistido a favor dessa candidatura. Penso que poderia ter sido criada uma dinâmica que levasse Cavaco a enfrentar Alegre numa segunda volta e aí estaria criado o cenário perfeito para uma possível divisão na maioria absoluta do PS e do seu Governo.
Ou numa circunstância dessas teria o BE medo que o Sócrates desse a cambalhota, apoiasse Alegre e abafasse toda a oposição apoiante dessa candidatura?!

Houve ainda, na minha opinião, outro factor para a não desistência de qualquer candidatura. É a subvenção financeira do Estado para as campanhas, neste caso desde que o candidato obtenha mais que 5% dos votos. Daí a lágrima no canto do olho e depois o suspirar de alívio de muitos bloquistas na noite das eleições, quando foi anunciado na TV que Louçã tinha uma votação superior a essa percentagem…

Num contributo que escrevi para o nº 3 deBatEs da VI Convenção e que
não saiu por ter chegado fora de prazo escrevi o seguinte:
O BLOCO DE ESQUERDA E ALEGRE
Na tese 16 da moção A diz-se, ... em algumas decisões fundamentais, como as leis laborais ou da segurança interna, ou a defesa do SNS e de outros direitos sociais, alguns deputados do PS manifestaram a sua oposicão frontal. Manuel Alegre protagonizou iniciativas de diálgo aberto à esquerda...
Desde a campanha presidencial que trago atravessado e ainda ninguém me conseguiu convencer da posição do BE, de levar a campanha de Louçã até ao fim.
Eu votei Alegre e não estou nada arrependido.
Mais, acho que em determinado momento da campanha presidêncial, tanto Louçã como Jerónimo deveriam ter concertado uma desistência a favor de Alegre, com o objectivo de fazer frente a Cavaco e tentar divídir a maioria parlamentar do PS.

Nas presidênciais de 2011 é irrelevante quem se vá candidatar, pois a vitória de Cavaco é mais que certa, seria o primeiro presidente a não conseguir um segundo mandato, o que não acredito. Ao contrário, as de 2006 eram fulcrais e podia-se ter feito muito mais para evitar a vitória de Cavaco, pelo menos na primeira volta.

Nas próximas eleições presidênciais, podem pois os vários partidos aproveitar para fazer passar a sua mensagem política através dos candidatos que escolherem, sem daí vir qualquer mal ao mundo...

Por tudo o que atrás deixo escrito, estou completamente de acordo com a realização de uma Convenção Extaordinária, para que todos os Bloquistas possam debater sobre a melhor forma de o BE intervir nas eleções presidênciais de 2011, pois penso que há muitos bloquistas que não estão de acordo com o apoio à candidatura de Alegre, como pretende a maioria da Mesa Nacional.

Loures, 25 de Março de 2010
António Almeida, aderente 3785

1 comentário:

Anónimo disse...

Nas presidenciais de 2011 a vitória de Cavaco é mais que certa se defrontar Alegre, pois Cavaco congregará deste parte do PS até à extrema direita, mas não é mais que certa se defrontar Nobre, pois este congregará desde eleitores do BE a gente humanista do PSD, passando por parte do PS. Também monárquicos, sim, mas e depois?

Ana Romo - 5592 - Loures